Parece que nos dias atuais essa prática de se escrever cartas tem se perdido. É uma pena, você não acha? Penso nas cartas do passado, páginas e páginas escritas a mão. A tinta naquela época era o meio pelo qual todo o sentimento escorria de dentro do peito e ia parar no mundo (ou apenas naquele papel, que podia ser todo o mundo de alguém). Ah, se as cartas voltassem a entrar na moda! Com certeza eu iria aderir, ansiosa por sentir outra vez aquela expectativa de se esperar por algo novo chegando nos correios para mim. Nós gostamos das expectativas, não é?
Enquanto essa moda não volta, gostaria de escrever para você, ainda que fosse por meio de caracteres em uma tela. O sentimento também pode escorrer por aqui, só é um pouco diferente.
Querida irmã, gostaria de te dizer que você não está sozinha. Se te serve de consolo, toda essa bagunça e esses sentimentos que parecem que são só seus nesse mundo, na verdade não são. Há pessoas por aí que se sentem da mesma forma. Estamos todos viajando em barcos compartilhados, só precisamos encontrar os companheiros certos. Encontrar esses companheiros não é sempre tão difícil, ás vezes eles estão a uma conversa de distância, a um “oi, tudo bem?”. A gente pode se importar com os outros, não há vergonha nisso. Nós podemos ser as primeiras a demonstrar preocupação, a dizer que sentimos saudade, que estamos orando por alguém. Ainda que a resposta de volta não seja a mais animadora.
Enquanto navegamos por mares revoltos no nosso barco pessoal, mesmo que ele esteja vazio, ocupado apenas por nós, existe uma solução para a viagem ficar mais calma. É como receber um treinamento para pilotar o barco e não deixar que ele vire: “Confie em Deus e faça o bem”.
Ah, querida irmã, você já tentou fazer isso? Olhar além da sua dor e ver a dor que dói ali do lado? Ainda que pareça que é só você nessa tempestade, existem muitas outras acontecendo e se você confiar, confiar em Deus e fazer o bem a outra pessoa, eu tenho certeza, logo Jesus vem para acalmar a nossa tempestade, quando a gente se preocupa em dividir o que encontramos com outro companheiro viajante.
“Confie em Deus e faça o bem”. Lembre disso, querida irmã. Lembre, lembre mesmo! Lembre também que você pode contar comigo, seja para orar, conversar… Você sempre pode mandar uma ‘cartinha’ de volta.
Com carinho,
Andressa.
